TV entra na era digital
Sinais de TV trafegando em bits e bytes, com imagens em alta resolução, câmeras simultâneas, compras pela televisão e interatividade como a da Internet. Tudo isso é parte do universo da TV digital, que vem ganhando terreno no Brasil com a invasão das telonas de plasma e LCD nas lojas e com a expectativa sobre a estréia da TV digital no final do ano.
Com a novidade, é bem provável que a sopa de letrinhas do mundo da informática saia do computador e chegue até a sala de estar. Aliás, ela já chegou —nestes tempos digitais, ouve-se falar muito em siglas como HDTV, DVB, DTV, full HD.
O sistema analógico funcionou bem, mas começou a enfrentar limitações. Por exemplo, os aparelhos de tubo CRT têm cerca de 480 linhas de resolução, insuficientes para "encher" uma TV grande, a partir de 30 polegadas, e manter a qualidade da imagem.
Além disso, os canhões de elétrons do CRT só conseguem preencher metade das linhas a cada passada da imagem pela tela. Assim, os aparelhos utilizam um recurso de entrelaçamento das linhas para montar a imagem. Muitas vezes, isto causa uma imagem que fica vibrando (efeito conhecido por "flicker"). Estas complicações ficaram mais evidentes com os aparelhos de TV maiores, que invadiram o mercado a partir da década passada.
Eis então que o sinal digital de TV surgiu para resolver este problema. Ele é codificado em bits e bytes —como zeros e uns que computador usa para identificar os comandos—, transmitido por satélite ou cabo e depois decodificado por um aparelho antes de entrar em seu televisor.
O sistema digital pode ser bem exibido tanto em uma tela muito pequena como em uma muito grande sem perda de qualidade. O sinal de vídeo pode ser progressivo, ou seja, a tela exibe a imagem inteira a cada quadro (frame), e não entrelaçado, que mostra uma linha de pixels sim e outra não.
Para as emissoras de TV existe ainda a vantagem de enviar vários sinais diferentes utilizando a mesma banda de transmissão, incluindo conteúdo especial, como menus e opções de interação.
Analógico, digital, full HD etc.
Há três diferenças fundamentais entre o sinal digital e o analógico: relação de aspecto, resolução e taxas de quadros.
A relação de aspecto é como a imagem aparece em sua tela. O padrão das TVs sempre foi 4:3, ou seja, quatro unidades de largura por três de altura. No sistema digital você pode ter 16:9, como em uma tela de cinema.
A resolução da TV analógica é de 480 x 360 pixels, em média. A da TV digital começa em 704 x 480 pixels, conhecida por SDTV (Standart Digital Television), e chega a 1.920 x 1.080 pixels, o formato HDTV ou Full HD, quase dez vezes mais nítido que o analógico.
A taxa de quadros define quantos quadros são necessários a cada segundo para que uma imagem fique completa. Na TV convencional é de 24 quadros por segundo entrelaçados (interlaced ou i). Na digital, varia de 24i a 60 quadros por segundo progressivos ou 60p.
Assim, durante sua pesquisa por uma TV pronta para a alta definição, você se deparar com a indicação "1080i", significa que o aparelho em questão tem resolução nativa de 1.920 x 1.080 pixels (os fabricantes normalmente indicam apenas o número de linhas da tela) e pode exibir imagens a taxas de 60 quadros por segundo entrelaçados (60i).
Veja abaixo um quadro das resoluções de HDTV e SDTV. Observe que a primeira resolução considerada HDTV é a de 1.280 x 720 pixels, com aspecto ratio de 16:9. Esta resolução não é a chamada Full HD (alta definição total), que atinge os 1.920 x 1.080 pixels.
Além da diferença de resolução, o novo sistema também difere na recepção do sinal. O da TV analógica pode ser decodificado diretamente pelo seu televisor depois de passar pela antena. Já o sinal digital precisa de um decodificador especial para ser visto no seu aparelho. As TVs por assinatura ou a cabo —como NET, TVA e SKY— já oferecem sinais digitais para os assinantes. A transmissão digital de TV aberta também necessitará de um decodificar para receber o sinal que virá das emissoras abertas.
É importante lembrar que transmissão digital não significa que o sinal é de HDTV, pois este é definido pela resolução —que precisa ser de pelo menos 720 linhas para começar a ser HDTV, e de ser 1.080 linhas para ser full HD.
Veja teste com TVs full HD e conheça as diferenças da alta definição
Em dezembro começam as transmissões digitais da TV aberta no Brasil. Um dos principais benefícios é a qualidade de imagem. Os aparelhos para esta tecnologia podem chegar até 1080p, número que significam 1080 linhas de resolução. Para ter uma idéia, a TV analógica que você tem em casa só chega até 480 linhas de resolução.
A proximidade da estréia faz crescer a ansiedade. E nessas horas, a probabilidade de fazer besteira é grande —principalmente porque nem toda TV de plasma ou LCD tem padrão de alta resolução de verdade (o tal do Full HD), e nem todas as marcas ou lojas fazem muita força para informar isso direito.
Para evitar que você compre gato por lebre, veja o teste de dois modelos de TV Digital Full HD, ou seja, resolução máxima de exibição 1080p: LG 47LY3RF de tela de LCD de 47 polegadas e Panasonic 65PZ750U de tela de plasma de 65 polegadas.
São dois aparelhos bem grandes. Isso porque as TVs full HD de verdade precisam ter no mínimo 42 polegadas —em tamanhos menores existe uma impossibilidade técnica. Atualmente, as tecnologias de fabricação de TVs fazem com que telas menores que 42 polegadas só cheguem ao modo HD (High-Definition), com resolução máxima de 720 linhas. No entanto já existem no exterior protótipos de 37 polegadas no modo full HD.
Espaço na sala
Para a TV 65PZ750U da Panasonic, a distância necessária é ainda maior. São necessários 4,12 m para colocar o seu sofá e apreciar o melhor da TV digital. Para chegar a esta distância ideal, você pode converter a medida da diagonal da tela em polegadas para centímetros (1 polegada = 2,54 cm) e depois multiplicar o resultado por 2,5.
Além do espaço físico para comportar as duas televisões, você vai precisar também desembolsar um bom dinheiro. A LG 47LY3RF tem preço sugerido de R$ 10.999, e a Panasonic 65PZ750U, R$ 24.900. Praticamente o preço de um carro popular.
O design das duas TVs é todo em preto, com o acabamento em black piano. Mesmo sendo grandes, elas são estreitas. A LG tem 10,3 cm de profundidade, enquanto a Panasonic tem 14,2 cm. Isso levando somente a tela em consideração, sem contar a base. E por falar nisso, a LG tem uma base giratória, o que ajuda a direcionar o aparelho e obter um melhor ângulo de visão. Ambas podem ser montadas na parede.
Protegendo a tela
Para prevenir este problema, o modelo da Panasonic tem um sistema de "refresh" da tela, por meio de uma emissão de freqüência, caso ele detecte que uma imagem está parada por tempo prolongado ou não esteja recebendo sinal —uma espécie de proteção de tela, como nos computadores. A Panasonic garante que o burn-in somente ocorrerá se a mesma imagem ficar parada no mesmo local da tela por 8 dias consecutivos, sem desligar o aparelho.
Fonte: E-mail informativo que circula na Internet
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